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Matemática na escola e na vida

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A Matemática é fundamental para a vida. Saímos nos deparando com ela no elevador, na parada de ônibus, no caixa eletrônico, nas compras, nos endereços e etc. Penso que estudar matemática é também resolver problemas. A incumbência deste saber deveria também ensinar esta arte. Então, o passo inicial do processo seria colocar o problema adequadamente, mas me parece que, por vezes, ela é ensinada de modo a ser difícil, abstrata.

Gosto de matemática graças aos professores que tive. Não fui excelente, mas me saia bem, gostava de resolver problemas, e ler curiosidades como a dos babilônicos que faziam contas com base 60 e não com base 10 como nós, e por isso temos 60 segundos em um minuto e 360 graus em um círculo.

Nos últimos dias, vivi experiências pouco exitosas no campo matemático. Contarei três que me surpreenderam ao constatar como ela está longe da vida de alguns, e que a abstração pode estar privilegiando mais a quantidade de assuntos do que a qualidade da aprendizagem.

Num dia destes me arrumava para comprar abacaxis e um aquecedor. Aí resolvi testar os três amigos que me acompanhariam, um de 7, um de 9 e outro de 14 anos. A questão proposta foi: temos R$ 10. No mercado, cada abacaxi custa R$ 3,75. Na fruteira são quatro por R$ 10. Onde é mais vantajoso? Onde iremos? Calcularam, contaram nos dedos, pegaram caneta e papel, mas nenhum conseguiu me responder.

Desisti, e parti para o aquecedor de R$ 400. A questão foi: se a poupança rende 2% ao mês, é melhor deixar o dinheiro lá e pagar em duas vezes de R$ 205 ou pagar a vista? Nada de resposta.

No outro dia, voltando de Porto Alegre, no pedágio de R$ 4,30 dei uma nota de R$ 10. Ela me pediu moeda e alcancei uma de R$ 0,50. Nisso me olha e diz: assim a senhora me atrapalha! Fiquei encafifada com a resposta e guardei a moeda. O pedágio seguinte custava R$ 7, ali passei uma nota de R$ 20 e uma de R$ 2. Ao dá-las, o moço me olha e diz: não está certo. Eu falei: é para facilitar o troco. Ele ficou tão preocupado e eu tão sem graça que resolvi pedir o dinheiro de volta e dei só os R$ 20. Sorrindo disse: agora sim, vai bem!

Segui viagem, liguei o rádio onde discutiam sobre a popularização dos computadores eletrônicos, os computadores humanos responsáveis por cálculos complexos, como a Nasa os emprega, e o quanto as mulheres se destacam trabalhando neste ambiente majoritariamente masculino. Aí me questionei sobre o quanto estes equipamentos ajudam no raciocínio e na vida dos alunos.

Destas vivências, concluí que a matemática da escola é uma, mas a da vida é outra, e que ela, como outros saberes, apesar do esforço dos bons professores, também está difícil de aterrizar no cotidiano.

Caro leitor, lembras quando resolvias problemas na aula de matemática? Te perguntavas por que estudar tal coisa?


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